domingo, 21 de dezembro de 2014

Neste último mês


Uma música não me sai da cabeça. Posso dizer que ela conta essa imagem: árvore velha, caída, derrubada por um vento forte ou um raio em um dia escuro. Esses dias fui até lá, sem saber da sua existência, e a fotografei. Pude notar suas marcas abaixo da casca, já ressecada, caída. Aquele galho estava nu. Dizer que mostrava sensualidade por não vestir suas roupas não seria adequado. Mas era como um espelho revisitado 33 anos depois. Olhar para troncos assim tem me mostrado coisas passadas e amadurecidas sem necessariamente me inspirar confiança ou segurança. Não sei se é coisa de signo ou ascendente, mas nasci para ver. Contar sobre isso foi acaso. Mostrar tem sido escolha. E embora eu possa falar e falar e falar quando com sono, tenho sido desmedidamente seletivo para apontar e escolher em quanto tempo lhe mostrar alguma coisa. Este último mês foi como um piscar de olhos. 

Um comentário:

Pipa disse...

um beijo e feliz natal, querido velho :)

Pipa